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AGROFLORESTA, O MEIO AMBIENTE AGRADECE


Seu Jeová, pioneiro da Agrofloresta no Cariri

Conheça Jeová Oliveira, agricultor familiar e fundador da Associação Cristã de Base. Pioneiro na implementação da Agrofloresta, na região do Cariri cearense, Seu Jeová é um multiplicador do amor e das boas práticas para a convivência no Semiárido!

Essa história começa em 1994, quando Seu Jeová adotou o sistema agroflorestal em sua propriedade, no sítio Alecrim, município de Potengi. Como milhares de outros agricultores, Seu Jeová se utilizava do fogo para fazer a limpa da terra. “Em 1994 eu fiz um curso de agroflorestal no Centro Sabiá. Quando voltei de lá, sabendo que dá pra produzir sem queimar, não coloquei fogo no ano seguinte. Fiz do jeito que aprendi no curso”, conta.

A Agrofloresta verdeja!

Nessa época a ACB já trabalhava nos moldes da agroecologia, entretanto, ainda fazia uso do fogo controlado e curva de nível. “Quando voltei do curso fiz uma discussão com a equipe e decidimos trabalhar a agroecologia sem queimar”.

Sombra e água fresca!

Segundo seu Jeová, a agroflorestal é um consórcio entre as plantas nativas e as plantas de sequeiro. É uma prática em que se trabalha a agricultura sem degradação do meio-ambiente. Dessa forma, para se fazer o plantio em uma mata, tem que ter alguma técnica, como retirar a madeira que terminou o ciclo; fazer as podas para a cobertura do solo. “Na agroflorestal, a gente não tira nada pra fora. Tudo que você corta, deixa lá”, ensina.

No quintal, a garantia do leite fresco!

Antes da agrofloresta seu plantio se restringia ao milho, feijão e fava. Ao aderir ao sistema, Seu Jeová plantou Cedro, Umbu, Cajarana, Siriguela, e outras espécies que não se adaptaram ao clima como Caju, Laranja e Manga. “Plantei mais de 200 pés de Caju, e mais de 100 pés de mangueira e não ficou um. Esse tipo de planta gosta de solo de Chapada que é mais profundo”.

Criação de abelhas nativas

Mas isso não é motivo de desistir. “Você tem que aprender com a natureza e ter persistência. O primeiro ano não vai dar o mesmo tanto que você tira numa roça queimada de milho e feijão, mas você tem outros ganhos: a palma para dar ao gado, as madeiras que ficam para fazer estaca, as plantas nativas. Você tem um ganho grande nas outras plantas”.

Plantação de capim no baixio

A lição vem de quem há muito tempo respeita o ciclo da natureza.

“Quando você queima uma roça, você queima todas as outras plantas e biodiversidade, você queima a lenha que daria pra comprar a sua produção do ano. Por exemplo, você tem na roça duzentas cargas de lenha, que daria pra você comprar o milho e o feijão que você vai produzir na propriedade. Com a agroflorestal, você planta tudo que for a vocação do solo. Você tem um ganho grande com a biodiversidade e na economia”.

Como bom ambientalista, um dos prazeres de Seu Jeová é admirar o solo vivo e fértil. “Quando você queima, não fica nada da terra, você só vai lá pra ver os talo do milho e acabou”.

As terras, herdadas do pai, foram dividas entre os irmãos. Apenas ele e mais um irmão optaram pela Agrofloresta, e não é difícil se notar quem fez a melhor opção. “Os que não fizeram essa proposta já não tem mais nada. Eles plantam capim e quando o gado come fica a terra nua e aí começa o processo de desertificação. Meu vizinho já sofre com o processo de desertificação. São 800 tarefas de terra nua e sem vida”, conta.

No vizinho, terras desertificadas

Com três anos, o solo de Seu Jeová já estava renovado! Agora ele conseguia retirar palma para vender e dar para os animais, além disso, plantas como aroeira, sabiá, jurema e cedro seguem firmes e fortes. “Hoje é uma mata bonita. Tenho uma produção diversificada e, toda vez que vou na roça, tenho o que levar para casa!”.

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