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Economia Solidária: oito cursos realizados no Cariri

Cerca de 180 pessoas envolvidas em Crato, Milagres, Nova Olinda e Santana do Cariri

Um novo modelo de gestão, participação popular e autonomia, são alguns dos princípios da Economia Solidária, tema de oito cursos fornecidos pela Associação Cristã de Base (ACB), através do projeto “Jovens Familiares Produzindo no Cariri”. Ao todo, cerca de 160 agricultores e agricultoras são capacitados, em Crato, Milagres, Nova Olinda e Santana do Cariri, nestes meses de junho e julho. O curso tem 30 horas de duração e funciona em dois módulos, realizados em quatro dias.

Laelba Batista que facilitou o curso.

A ACB convidou três educadores para ministrar os cursos. Novamente, Joelmir Pinho e Eliana de Lima, que facilitaram as oficinas de políticas públicas, além de Laelba Silva Batista, professora, formada em Ciências Sociais, pela Universidade Regional do Cariri (URCA) e especialista em Cultura Popular, Arte, Educação do Campo, pela Universidade Federal do Cariri (UFCA).

Pela primeira vez facilitando uma atividade do projeto, Laelba foi convidada para ministrar o curso na comunidade de sua família, o Valdivino, em Milagres. O curso aconteceu na Capela de Nossa Senhora da Conceição. Novamente, houve a presença de muitas mulheres, vindas de vários sítios, Mandacaru, Caneira e Genipapero II.

O Curso

Durante a atividade, os facilitadores apresentaram o conceito de Economia Solidária, oposto ao sistema capitalista. Um modelo de cooperação e não de competição. Laelba Batista introduziu aos participantes os princípios do cooperativos: adesão livre e voluntária, gestão democrática e participativa. “Um dos aspectos dessa cooperação está na autonomia, informação e compromisso com a comunidade. Além disso, no cooperativismo não temos patrão e o ideal é que participem de todos os processos de gestão”, afirmou Laelba, durante o curso.

Para acrescentar aos debates sobre a concentração de terra, cuidado com a natureza, também princípios da Economia Solidária, Laelba apresentou algumas canções, dentre elas, a “Canção da Terra”, da banda O Teatro Mágico. Em seguida, a facilitadora trouxe os princípios éticos do tema do curso: ajuda mútua, responsabilidade, democracia, igualdade, solidariedade, honestidade, transparência e responsabilidade social.

Alguns exemplos de organizar ações com Economia Solidária foram citados por Laelba, como associações, trabalhos comunitários e grupos solidários. Todas elas com o princípio da autogestão. “É importante que cada participante aprenda a ser dono, seja proativo, criativo e que possam decidir as coisas em conjunto”, completou Laelba. A partir das experiências do curso e da demonstração dos valores do tema, todos construíram coletivamente desenhos que representasse a Economia Solidária. Com as ilustrações foram feitos o estêncil, arte de trabalhar um desenho sobre uma superfície perfurada, com a figura vazada, onde pinta a imagem com tinta. A aplicação foi feita na própria comunidade do Valdevino.

Já no segundo módulo, os participantes destacam o que mais chamaram atenção na primeira parte do curso. Ali, a comunidade colocou os grupos, associações como exemplos de experiências locais de Economia Solidária. Destas experiências, foram construídos fanzines, pequenos folhetos artesanais com colagens, sobre o que as pessoas mais gostavam em suas localidades.

Além do curso no Valdevino, as comunidades de Oitis, Sol Nascente, em Milagres, Lírio, em Santana do Cariri, Zabelê, Lagoa dos Patos, em Nova Olinda, Brejinho e Coqueiro, em Crato, receberam o curso. Um dos resultados com os trabalhos realizados, a partir da capacitação de Economia Solidária, acontece no Tabuleiro e na Lagoa dos Patos, em Nova Olinda, onde os moradores, a partir da assistência de Joelmir Pinho, articulam a criação de uma moeda local.

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