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A rua é palco e festa: Feira Agroecológica de Milagres é lançada

A feira acontecerá semanalmente, todo sábado, a partir das seis horas da manhã, de frente ao Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, na Rua Presidente Vargas, 105.

Reencontros, sorrisos, música, poesia e dança. O lançamento da Feira Agroecológica de Milagres foi uma festa. Realizada no sábado (05), pela manhã, de frente ao Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais do município, a feira contou com agricultores e agricultoras locais, que produzem alimentos sem uso de agrotóxicos e baixo impacto ambiental. Frutas, legumes, verduras, ovos, doces, café, galinha caipira, entre outras coisas. Tudo fresquinho, do campo, direto para a mesa.

A criação da Feira Agroecológica de Milagres faz parte das implementações do projeto “Jovens Familiares Produzindo no Cariri”, desenvolvido pela ACB, e patrocinado pela Petrobras. Outras duas feiras já foram criadas e estão funcionando nos municípios de Nova Olinda e Santana do Cariri, além disso, o projeto fortaleceu a feira já existente, há 12 anos, em Crato.

No município de Milagres, o projeto desenvolveu, de janeiro de 2014 até agora, capacitações e implantações do sistema de Produção Agroecológica Integrado e Sustentável (PAIS). Lá, são atendidas 10 comunidades rurais que participaram de cursos de Associativismo, Economia Solidária e PAIS, além de oficinas de Políticas Públicas, Gênero, Geração e Etnia, Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Todas essas ações pensadas na geração de renda e na criação da primeira Feira Agroecológica do Município.

Ao todo, 18 feirantes participaram do lançamento da Feira Agroecológica, que além da entrega das barracas e de uma balança eletrônica, receberam camisas, sacolas reutilizáveis, bonés, banners, faixas, cartazes e panfletos para divulgação. Em Milagres, a feira foi articulada com as parcerias entre a ACB, Governo Municipal, o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais do município e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce).

A parceria com o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Milagres se dará através da assistência aos feirantes. A sede funcionará como ponto de apoio para deixar as barracas, e fornecer banheiro e água. Segundo o presidente da entidade, Edmilson Agostinho dos Santos, é fundamental a feira para o município e também para a saúde da população. “Esses produtos nunca foram implantados aqui em Milagres. É importante estar expondo um produto que é saúde. Não tem veneno. Não tem agrotóxico. Para comerem um produto de qualidade”, destaca Edmilson.

A saúde também é um dos principais fatores que destaca a agricultora e participante do projeto, Maria Nilvanda, do sítio Oitis. Para ela, que está tendo a primeira oportunidade como feirante, estar na feira significa para os agricultores, além de renda, oferecer qualidade de vida para a população. “A gente, estando na feira com a sensação de que também estamos contribuindo muito, e também aumentando na nossa renda com a produção que antes não tinha”, completa a agricultora.

A expectativa de Nilvanda e dos outros feirantes foi superada. Segundo a agricultora, poucas pessoas sabiam da Feira Agroecológica, apesar dos anúncios em rádio e carro de som durante a semana. Além disso, os próprios agricultores saíram motivados, pois puderam conseguir alguma renda com aqueles produtos, normalmente excedentes, que são jogados fora ou alimentam os animais. “A gente não tinha incentivo. Agora a gente pode oferecer à população. As pessoas passaram aqui, estavam encantadas. Estavam surpresos. Estavam indo para outra feira, mas agora não vai mais”, acrescenta Nivanda, que no seu primeiro comércio trouxe mungunzá, bolo de cenoura com milho verde, doce de gergelim, suco de maracujá natural, noni, ovo, limão, mamão e ovo.

Até chegar a criação da Feira Agroecológica, o projeto “Jovens Familiares Produzindo no Cariri” ofertou várias etapas. Evandro Vasconcelos, técnico de campo que atende o município, explica que desde o início a ACB procurou conhecer as comunidades em que poderia trabalhar. “Os coordenadores já vinham visitando as associações e as comunidades a serem trabalhadas. A gente buscou conhecer as dificuldades, ameaças, oportunidades. A gente foi trabalhando com as lideranças desses locais”, completa Evandro.

Neste processo, além das capacitações, houveram reuniões trimestrais para avaliar o trabalho, a expectativa e a produção no sistema PAIS. A última reunião, organizada entre os agricultores e agricultoras, aconteceu na comunidade rural do Sol Nascente e definiu como funcionaria a feira. “Todo mundo ganha nisso. O munícipio, os agricultores, o sindicato”, explica Evandro, que acredita na continuação da Feira Agroecológica.

Para atrair, ainda mais, os clientes, a ACB convidou o Grupo Urucongo de Artes, da comunidade rural de Chico Gomes, em Crato, para fazer uma apresentação cultural no meio da rua. O grupo começou em 2006, como uma quadrilha junina. Depois de um processo de estudo da cultura local, hoje eles realizam atividades de dança, oficinas de construção de instrumentos musicais, biojóias e teatro, e apresentam espetáculos de rua trazendo manifestações tradicionais como o maculelê, coco e xaxado. Além dos jovens cratenses, artistas de Milagres também apresentaram suas poesias. Isso atraiu ainda mais pessoas para conhecer a feira.

No final da apresentação, os feirantes se reuniram e avaliaram o lançamento da Feira Agroecológica. Junto com os coordenadores e técnicos da ACB, eles colocaram as dificuldades, a relação entre os clientes e as expectativas daqui para a frente. Por fim, foi feito um levantamento da renda gerada no primeiro dia. Ao todo, as vendas movimentaram R$ 1.348.

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