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Trocando saberes: visitas de intercâmbios.

O semiárido é uma região rica e cheia de lugares surpreendentes, em meio as variações climáticas e diversidades da caatinga é possível encontrar lugares peculiares. Nestes cenários o meio rural é um dos que se destacam, de alguns quintais nascem verdadeiros oásis. Com as práticas agroecológicas e o uso de tecnologias sociais o semiárido brasileiro vem resistindo à ‘secas’ prolongadas.


Diante de tamanha diversidade agricultores e agricultoras que são beneficiários (as) do Programa Uma Terra Duas Águas (P1+2) recebem além das tecnologias sociais (cisternas calçadão, cisterna de enxurrada, entre outras) participam de visitas de intercâmbio.


Este intercâmbio entre agricultores e agricultoras possibilita entre estes a troca de experiências entre o grupo e a implementação a ser visitada. A visita é feita a uma experiência consolidada que contemple o bom uso das tecnologias sociais. Foram realizadas duas visitas uma no dia 13 e outra no dia 20 de maio, com 56 participantes.


A expectativa das agricultoras e agricultores é grande “espero que seja um dia bom, quero aprender tudo que der certo. Vou levar as coisas que aprender aqui, tanto eu como a mulher. Lá em casa tem pé de tudo, tenho muitas coisas lá em casa só não tenho mais porque não tinha água agora que vou ter vou plantar mais coisas” diz Francisco Rogério de 53 anos da comunidade Serra da Canafístola.


A comunidade escolhida para a visitas foi a Pau Dóias, município de Exu – PE. A família Lémer é a protagonista desta visita de intercâmbio, os grupos são recepcionados por Vilmar que prontamente encaminha o grupo para uma roda de apresentações. Na roda todos e todas se apresentam inclusive toda família de Vilmar.


O grupo segue após a roda de apresentações para um café da manhã, preparado pela família Lémer, os filhos (Jefferson, 17 anos; Pedro, 13 anos; Fernanda, 10 anos e Debora, 3 anos) e a companheira Maria Silvanete (41 anos), e um dos jovens que participa da Associação da Comunidade.


“Pra gente é um prazer receber intercâmbio, porque já estava no nosso planejamento fazer essa troca de experiência quando chegamos de Bom Jardim pra morar aqui em 2006, já estava no nosso planejamento fazer essa troca de experiência, essa parceria que vai desde agricultores até universitários, ONG’s, todo esse povo estava no nosso planejamento. E quando chegamos aqui sabia que tinha de iniciar, esse trabalho pra poder acontecer na prática essa troca esse despertar das pessoas virem pra cá. E pra gente quando isso iniciou foi uma felicidade muito grande e te garanto que até hoje pra gente é uma felicidade” diz Maria Silvanete.


Receber as famílias em visitas de intercâmbio é algo que já virou tarefa rotineira no decorrer do ano desta família, em média eles recebem cerca de 2.500 pessoas entre visitas de intercâmbio de projetos, universidades, escolas entre outros.


Maria Silvanete nos fala da preparação dela e da família ao receber as visitas, “aquela expectativa continua, muitas vezes têm intercâmbio que provoca na gente dois dias antes do intercâmbio chegar. Então provoca a organização das coisas, os preparativos e detalhes que dependem do pessoal que vêm. Então você tem que se preocupar com tudo é a comida, mas também é os equipamentos, o que é interessante mostrar para cada grupo. Cada grupo tem uma particularidade, a gente faz questão de saber o que o grupo quer ver pra aprofundar mais naquele aspecto. Mas sempre é um prazer fazer a distribuição do conhecimento, que nos conhecimentos pois muitas vezes alguns grupos vê outras coisas”.


A dinâmica entre a família permite inclusive que na ausência dos pais os filhos possam realizar algumas atividades, “Já aconteceu de ter um intercâmbio marcado e nossos pais tinham que viajar de última hora, a visita não foi desmarcada e nós fizemos tudo do mesmo jeito que nos foi ensinado, desde a explicação de como tudo funciona e a comercialização” nos relata Jefferson.


“Aqui fazemos questão de destacar a importância da família, porquê esse é um trabalho muito digno, mas nele precisa tá envolvida toda família. Então entra as questões de gênero, nesse sentido a gente faz questão de fazer essa abordagem e as pessoas podem ver essa prática no dia-a-dia, trazemos as pessoas pra cozinha de proposito pra que vejam que esta prática quando vivenciada faz uma diferença muito grande” sobre a importância do trabalho com a família nos relata Silvanete.


“No dia depois quando vamos arrumar as coisas e até mesmo no mesmo dia, começa entre nós um debate do que foi mais interessante no que precisamos melhorar, nós vamos arrumando as coisas e vamos discutindo se realmente chegamos no nosso objetivo. Depois termina ficando os aprendizados que as pessoas deixam, é uma troca e esse aprendizado tentamos também colocar em prática e ver se aquilo que nos foi passado dá certo aqui.”


O quintal da família Lemer é cultivado seguindo técnicas agroflorestais, contando com algumas tecnologias sociais: cisterna, cisterna calçadão, fossa biodigestor, sistema biodigestor, jardim filtrante. Dentre os implementos no quintal a Associação dos/as Agricultores/as Familiares da Serra dos Pau Dóias (AGRÓIA) conta com a Agroindústria de beneficiamentos da agricultura familiar.



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