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"Cultivar e guardar a criação" 18º Romaria da Santa Cruz do Deserto.


O mês de setembro na comunidade do Caldeirão da Santa Cruz do Deserto, que fica localizada á cerca de 30 km da sede do município do Crato, recebe anualmente a Romaria da Santa Cruz do Deserto. Estando em sua 18ª edição, realização das Comunidades Ecleciais de Base - CEBs e Pastorais da Diocese do Crato.

A romaria este ano teve como tema "Cultivar e guardar a criação". A chegada dos fiéis começa cedo, alguns já pernoitam no local ou chegam muito cedo montam barracas para comercializar comidas típicas e lanches.


A 'chegança' foi animada e foi feita por Angelita Maciel, mas conhecida como Nininha da Cáritas Diocesana do Crato. Ela fez um breve resgate histórico do caldeirão e do Beato Zé Lourenço e neste resgate frisou um acontecimento, "vocês já ouviram falar da seca de 1932? Pois bem naquela época a seca foi grande, mas quem por aqui passava era bem alimentado, não passava fome e ainda saia com a marmita pra levar pra casa", diz Nininha.



Seguida da fala de Nininha outra representante feminina fez uma acolhida, Alda Ferreira representou o Fórum Araripense de Combate e Prevenção à Desertificação. "Minha fala aqui é mais no sentido de uma proposta em torno do que fazemos para melhorar o meio ambiente, e faço um questionamento Quantas árvores você já plantou na sua casa? O cuidado como o meio ambiente é de todos e todas, vamos sair daqui com essa missão de que cada um e cada uma possa plantar um árvore" diz Alda Ferreira.


O evento contou com participação de movimentos sociais, poder público, SESC, entre outras. A missa teve a presidência do Dom Gilberto Pastana. Em um dos momentos foram plantadas algumas mudas de plantas nativas da caatinga no local, que foi chamado de 'recaatingar o semiárido" por Nininha. Outra iniciativa em torno dessa ação, uma cesta de 'bombas' foi deixada como oferta, estas seriam bombas contendo sementes que podem ser cultivadas.



A ACB desde o início da romaria participa desta romaria, inclusive boa parte das árvores plantadas em torno da capela e do caldeirão foram uma das iniciativas da ACB. Este ano contando com a participação de Alda Ferreira (tesoureira da ACB), Francisco de Assis Batista (Presidente da ACB), Jeová de Oliveira Carvalho (Membro Fundador da ACB), Mário Costa (Técnico da ACB), Maria Socorro Silva (Coordenadora Geral) e Nelzilane Oliveira (Comunicadora Popular).



Confira mais fotos:

Breve histórico:

No Sítio Caldeirão da Santa Cruz do Deserto em Crato – CE foi palco de uma dos maiores massacres no nordeste. A comunidade do Caldeirão foi liderada pelo Beato José Lourenço, este descendente de negro alforriados, desafiou latifundiários da região em luta por uma sociedade mais justa e humanitária. O beato era discípulo de Padre Cícero.

A comunidade contava com número expressivo de camponeses e romeiros, estes trabalhavam de forma coletiva e os lucros era divididos na compra de remédios e querosene. Chegando ao ter mais de mil moradores na seca de 1932, uma das maiores secas no nordeste.

O grupo incomodou coronéis, latifundiários e o governo de Getúlio Vargas. No ano de 1937 a comunidade foi bombardeada pelas forças do governo e da polícia militar, este massacre pode ter sido um dos maiores da história brasileira, cerca de mil mortos e uma das cenas mais fortes enterrados em uma única vala.

Confira um pouco desta história no documentário Regate da Memória e história da comunidade religiosa do Caldeirão:

https://www.youtube.com/watch?v=D5ypWasqXo0


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