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Quintais Produtivos e ações de convivência com o semiárido


O Projeto Quintais Produtivos é um projeto de parceria entre ACB com a Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Estado do Ceará – SDA, para a implementação de tecnologia de acesso à água com dois tipos de tecnologias sociais. Serão 150 Cisternas de Enxurrada e 20 Sistemas de Tratamento e Reuso de Água Cinza Domiciliar. O território de execução será nos municípios do Cariri Oeste, Altaneira, Antonina do Norte, Araripe, Assaré, Campos Sales, Nova Olinda, Potengi, Salitre, Santana do Cariri e Tarrafas. ​

O objetivo do projeto é proporcionar o acesso à água e reaproveitamento de água cinza para a produção agroalimentar às famílias de baixa renda e residentes na zona rural, por meio da instalação de cisternas de enxurrada e sistema de reuso, associada a capacitações técnicas e formação para a gestão de água.

O projeto possuí duas atividades de capacitação para os/as beneficiários/as são o GAPA (Gerenciamento de Água para Produção de Alimentos) e o SISMA (Sistema Integrado e Simplificado de Manejo da Água). Outra atividade que também é parte do projeto são as visitas de Intercâmbio.


Confira o que aconteceu nas atividades:

GAPA

No curso realizado em Nova Olinda, na comunidade Patos, a monitora Allanne Plácido graduanda do curso de Agronomia da Universidade Federal do Cariri nos relata sua experiência cheia de emoção "Minha experiência como monitora do GAPA me permitiu ir mais além do que essa posição, e me possibilitou conhecer as realidades e as lutas diárias dos agricultores e agricultoras. Para mim, o GAPA assim como os outros projetos de tecnologias sociais sempre vai proporcionar uma melhoria de vida para os beneficiários, uma esperança de que dias de sede e de escassez estão próximo do fim. A importância desse curso vai muito além do que receber a cisterna, é o agricultor do campo tendo a oportunidade de ter vez e voz. É a de ter espaço para discutir tantos assuntos que antigamente ficavam incubados e todos como tabus. É a alegria de saber que ele vai produzir o ano inteiro, que de fome “ur minino num morre”, é a realização de um sonho que há tantos anos seus pais esperaram, e esse dia chegou", diz ela.

Outro GAPA foi realizado na Serra de Santana, na cidade de Assaré, a monitoria foi com Rodrigo Leite, Engenheiro Agrônomo. Ele cita a frase de Paulo Freire “A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria”.

"O curso de Gerenciamento de Recursos Hídricos (GAPA) é um espaço de convivência que possibilita a troca de conhecimentos entre o camponês e capacitadores. Porém, quem conhece mais o ambiente em que convivem!? É muito importante essa troca de saberes, aprender e contribuir dão a essência da didática e norteiam as ações coadjuvantes no processo de aprendizagem. Nenhuma forma de saber é desprezada dentro deste espaço, onde todo conhecimento é utilizado no intuito de se conviver com as condições inerentes a cada comunidade. Oportunidade de esclarecimento e fortalecimento das comunidades, levando políticas de fortalecimento, soberania alimentar e convivência com o semiárido" diz Rodrigo Leite.


SISMA e Intercâmbio

Outra etapa importante no projeto é a capacitação em Sistema Integrado e Simplificado de Manejo da Água (SISMA). Neste momento beneficiários/as recebem orientações com assuntos que permeiam as práticas agroecológicas e orgânica.

Um dos cursos foi realizado na comunidade Boa Vista, no município de Tarrafas – CE, nos dias 8 a 10 de março. A monitora Nágila Batista iniciou a capacitação com um breve resgate histórico “falei da importância e o surgimento do dia 08 de março, Dia Internacional das Mulheres, onde foi lembrado fatos importantes da História e de mulheres que lutaram por igualdade. Como Margarida Alves, paraibana, líder sindicalista e defensora dos direitos humanos. Foi assassinada em 12 de agosto de 1983. A temática foi encerrada com a distribuição de chocolate e uma frase de Margarida Alves ‘É melhor morrer na luta do que morrer de fome! ’ ”. Vale ressaltar que os temas propostos nas capacitações são inseridos assuntos que dialoguem com a atualidade.


A última etapa, é a participação das famílias beneficiadas no intercâmbio, que aconteceu no mesmo final de semana do SISMA, na comunidade Baixio Grande distrito de Assaré, onde beneficiários de Tarrafas e Assaré visitaram a propriedade do casal Cleide e Robério.


O casal apresentou sua experiência na produção de alimentos livre do uso de agrotóxicos, uma produção orgânica que não possuí certificação. O cuidado e capricho em cuidar do pedacinho de chão da família é o maior orgulho do casal. “Aqui quem toma a frente de tudo é Cleide. Foi ela que chegou com as ideias de fazer tudo sem usar veneno, eu até achava doidice dela, não acreditava que dava certo. De tanto insistir foi que resolvi ajudar nas coisas que ela trazia das reuniões e das viagens que ela fazia”, afirma Robério.

A monitora Allanne Rodrigues relata como aconteceu a visita de intercâmbio “O início desse intercâmbio se deu com um café da manhã e logo após isso fomos conduzidos pelo esposo da D. Cleide até a área agricultável da família. Nessa área foi observado que mesmo com todos as dificuldade,s é possível produzir mesmo em um local com a falta de água. O produtor possuía um silo que animou bastante os beneficiários, onde eles já planejavam formas de produzir em suas áreas”, diz ela.

Outro momento importante para Allanne foi a produção de biofertilizante “nesse espaço os beneficiários tiveram contato com a produção de um biofertilizante e a praticidade de se obter um em suas residências, como também nos benefícios para a produção”, completa ela.


A participante Marta da comunidade Serra de Santana em Assaré, beneficiária do projeto ficou bastante empolgada com o intercâmbio. “O intercâmbio foi importante porque queria aprender mais coisas, tinha muito interesse em participar pra conhecer mais coisas. Aprendi sobre o biofertilizante, algo que eu não tinha ideia de como fazer. Outra coisa importante foi ver uma mulher produzindo, isso me deixou muito motivada”.


Sobre a cisterna ela completa “eu já trabalhava com horta, mas em quantidade pequena porque nossa água era de um cacimbão que a gente tinha. Não tinha como fazer muita coisa no nosso terreno não por questão de espaço, mas por conta da água. A chegada da cisterna em minha casa foi ótima, agora vou produzir mais, a dificuldade para quem depende de roça é grande. A produção de hortaliças vai complementar nossa renda”



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