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Intercâmbio entre instituições proporciona troca de saberes



No dia 12 de setembro a equipe técnica da ACB e do projeto Mulheres Quilombolas e Seus quintais produtivos realizaram uma visita de intercâmbio na cidade de Jacuti – PE. A visita teve como objetivo conhecer a tecnologia social Sistema de Bioágua Familiar – Reúso de Águas Cinzas para a Agricultura Familiar, bem como sua utilização e a produção de alimentos que utiliza a água reutilizada do sistema.


O convênio do projeto foi assinado no mês de maio entre a ACB e a Fundação Banco do Brasil e Banco (FBB) e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a replicação de tecnologias sociais. As comunidades trabalhadas são: Lagoa dos Crioulos, Arapuca e Serra dos Chagas – Salitre/CE; Carcará – Potengi/CE; Arruda – Araripe/CE; Souza – Porteiras/CE.


A ACB procurou a instituição responsável pela tecnologia social Bioágua Familiar – Reuso de Águas Cinzas para Agricultura Familiar, certificada em 2017 pela FBB, o sistema foi adaptado pela Associação Voluntários para o Serviço Internacional | AVSI Brasil.


Fomos recebidos/as por Adriana Ribeiro, técnica responsável pelo projeto Jucati Sustentável Bioágua, Agrocologia e Nutrição no Agreste de Pernambuco. Na casa do casal Erivani Alves (38 anos) e Elias Luiz da Silva (39 anos), suas filhas Érica Beatriz (14 anos) e Elisa Maria (09 anos), precisamente no quintal produtivo do casal.


O início da prosa foi realizada na sede da Associação Quintal Verde. A ACB levou duas técnicas do projeto (Jaqueline Pessoa e Nágila Batista), a coordenadora (Nelzilane Oliveira) do mesmo, um técnico da ACB (Ery Claúdio) , e um pedreiro cisterneiro (Cícero Pociano).


Sobre o intercâmbio a técnica Jaqueline Pessoa relata sobre a visita e que suas dúvidas em torno da tecnologia foram tiradas. “A visita foi muito boa, pois eu ainda não tinha visto um Bioágua em total funcionamento. E nem tinha a noção do tamanho do quintal produtivo que poderia ser irrigado com a água do sistema bioágua”, diz ela.


Durante a visita foi percebido pela técnica Nágila Batista toda a interação familiar. “Foi possível notar a satisfação da família em repassar seu conhecimento a respeito do sistema implantado, as dificuldades enfrentadas, a adaptação em trabalhar em harmonia com a natureza e com o reaproveitamento de águas cinzas”, ela afirma.





O quintal produtivo do casal tem em torno de 500 m², 03 tecnologias sociais e grande variedade na produção de alimentos. A produção da família no quintal é orgânica, garantindo para família e consumidores alimentos de qualidade. Nagila conclui sua fala em torno deste aspecto importante. “Todo o plantio encontrado no quintal é cultivado de forma orgânica, e com o sistema de Bioágua é possível economizar água na irrigação e aproveita o humos para adubação dos canteiros, e assim ser possível ter alimentos de qualidade, os quais são consumido e vendido pela família tornando assim uma fonte de renda extra, que auxiliam na despesas da família”, conclui ela.


Nas conversa alguns elementos importantes merecem destaque. O casal nos relatam falas como a de Elias Luiz da Silva, “Nunca me imaginei produzindo tanta coisa, eu achava que no máximo iria continuar cultivando o que já sabia fazer. Não tenho tanta terra minha produção era pequena, hoje tenho uma produção que é suficiente para alimentar minha família e comercializar o excedente”, diz ele.



O almoço foi preparado cuidadosamente e carinhosamente pela família. Enquanto estávamos no quintal às filhas estavam na cozinha preparando parte do almoço. Os pais estavam conosco durante a visita, já tinham deixado preparado parte do almoço. "Depois do projeto aprendemos a comer melhor, não tínhamos o habito de comer tantas verduras e saladas. No máximo era uma tomate, o cheiro verde, alface muito pouco. Hoje temos uma variedade boa, tudo que tem aqui fomos inserindo em nossa alimentação. As nossas meninas participam de tudo, do cultivo a colheita ao preparo dos alimentos na cozinha", diz Erivani Alves.


Durante este momento a equipe pode perceber todo este envolvimento familiar. A técnica Jaqueline Pessoa nos relatada sobre este momento. “Logo após a visita ao quintal produtivo da família a família nos deixou bem à vontade na casa deles. Isso nos mostrou que eles estão bem felizes e querem repassar a experiência deles como o sistema Bioágua para outras pessoas. Na hora do almoço, a comida praticamente foi toda retirada do quintal deles. A mão de obra deles é toda familiar, não é só mãe e pai, a gente viu que as filhas estão todas engajadas no quintal”, diz ela.


É enorme a satisfação da consultora técnica Adriana Ribeiro, responsável pela implantação dos 52 sistemas no município de Jucati e que hoje acompanha a Associação Quintal Verde. "O trabalho realizado no projeto Jucati Sustentável teve um importante desdobramento. A partir da atuação dos agricultores na comercialização foi fundada a Associação Agroecológica Quintal Verde, cuja sede foi implantada na propriedade do casal visitado. A associação é fruto do trabalho e dedicação dos agricultores que além de apoiar as atividades de comercialização tem o objetivo de divulgar a tecnologia de Bioágua Familiar e as prática agroecológicas para uma alimentação saudável. Estes agricultores fazem parte da Família Bioágua, e trabalhar com eles é um privilégio! Ver pessoas maravilhosas e que tem o prazer de produzir alimentação saudável para o próximo querem prosperar é mesmo um presente! Sou muito feliz com o nosso trabalho. Associação Agroecológica Quintal Verde tem sempre o prazer em receber pessoas interessadas em fazer um mundo melhor!", afirma ela.


A visita se estendeu na casa de outra beneficiária do projeto acompanhado pela AVSI, neste quintal a visita foi mais rápida. Encerramos a visita e levamos na bagagem toda a troca de saberes de uma família acolhedora e amável.

Foto: Da esquerda para direita Cícero Pociano, Ery Cláudio, Erivani Alves, Elisa Maria, Elias Luiz, Jaqueline Pessoa, Adriana Ribeiro, Nágila Batista e Nelzilane Oliveira.

 

O que esperar dessa visita?

As expectativas são da técnica Jaqueline Pessoa do projeto Mulheres Quilombolas e seus quintais produtivos. “Eu espero repassar essa experiência que eu tive em Jacuti para as mulheres do projeto Mulheres Quilombolas e Seus Quintais Produtivos que também será implantado o Bioágua. Esperar um bom resultado final desse projeto que as mulheres coloquem em funcionamento uma tecnologia tão importante. Uma tecnologia que cuida do meio ambiente, tratando a água do esgoto, porque a agua seria jogada no meio ambiente sem tratamento algum. Agora elas vão reutilizar essa água para cultivar uma cultura para se alimentar e vender o excedente. Foi uma experiência muito boa e a família feliz contente com a tecnologia e assim possamos repassar para outras famílias, que é gratificante ver no rosto dos agricultores que eles estão felizes e fazendo as coisas darem certo”, conclui ela.

 

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